7.3.05

Como acontece com todo mundo uma vez na vida, ou várias vezes, ele tah saindo com uma mulher casada. Saiu na capa das revistas de fofoca e a Veja deu esta semana que ele tah sendo ameaçado de morte. Mas quero ele vivo, não quero sua cabeça cortada por um marido ciumento. Imagine só aquela cabeça linda, olhos azuis...faz isso não moço! Juízo, olha lá!




Ela era ela era ela no centro da tela daquela manhã
Tudo o que não era ela se desvaneceu
Cristo, montanhas, florestas, acácias, ipês
Pranchas coladas na crista das ondas, as ondas suspensas no ar
Pássaros cristalizados no branco do céu
E eu, atolado na areia, perdia meus pés
Músicas imaginei
Mas o assombro gelou
Na minha boca as palavras que eu ia falar
Nem uma brisa soprou
Enquanto Renata Maria saía do mar
Dia após dia na praia com olhos vazados de já não a ver
Quieto como um pescador a juntar seus anzóis
Ou como algum salva-vidas no banco dos réus
Noite na praia deserta, deserta, deserta daquela mulher
Praia repleta de rastros em mil direções
Penso que todos os passos perdidos são meus
Eu já sabia, meu Deus
Tão fulgurante visão
Não se produz duas vezes no mesmo lugar
Mas que danado fui eu
Enquanto Renata Maria saía do mar


Renata Maria, de Chico Buarque

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial