25.5.05

Gilles Lipovtsky - autor de "O império do efêmero" e "Tempos Hipermodernos"

É uma das conseqüências da democracia. Atualmente, graças à democracia, mas também graças à contracepção, o lugar das mulheres mudou de maneira fundamental. Ninguém pode mais aceitar a idéia de que as mulheres devem permanecer dentro de casa, que a missão das mulheres é cuidar dos filhos e agradar ao marido. Atualmente, o ideal de igualdade não pára de progredir. Os pais querem que as filhas estudem para conquistar autonomia, para não viver prisioneiras de seus maridos. A revolução individualista conquistou também as mulheres, que querem gerir suas próprias vidas. O futuro das mulheres é atualmente aberto. Acredito que esta é uma revolução considerável que se operou nos últimos 30 anos. Na realidade, as coisas são um pouco mais complicadas, porque a política, por exemplo, ainda é controlada pelos homens. Mas ao mesmo tempo as mulheres são mais numerosas nas universidades. Acredito que essa é uma força considerável que, no curso do século 21, a democracia vai mudar ainda mais por esse movimento de mulheres, que não será mais um movimento feminista no sentido clássico de reivindicações coletivas das mulheres, mas muito mais por esse trabalho de autonomia das mulheres, que atualmente querem dirigir suas próprias vidas. Aos poucos, as mulheres estão entrando em todos os setores da sociedade, o que é muito positivo.

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